A sala de estar do seu PATRIANI já está prontinha para assistir aos jogos da Copa com os amigos? Enquanto o campeonato não começa, que tal pensar na próxima viagem? Você pode incluir no roteiro visitas a estádios que são velhos conhecidos por terem abrigado jogos do Brasil nas edições anteriores do torneio, além de várias outras partidas importantes.
Muitos organizam visitas guiadas por locais como o gramado, o vestiário e o museu, geralmente repleto de troféus e relíquias curiosas. Se a sua viagem coincidir com um dia de jogo na arena, você também poderá comprar um ingresso para assistir à partida. Confira aqui uma seleção de 11 estádios que certamente já apareceram na sua TV durante as partidas do Brasil na Copa. Você vai amar visitar esses monumentos durante sua viagem.
Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil
O Maracanã, inaugurado há 70 anos e reformado para a Copa de 2014, emociona seus visitantes até quando está vazio. O tour monitorado revela o vestiário, a área de imprensa e o museu, com peças como o uniforme de Garrincha na Copa de 1962 e a bola do jogo do milésimo gol do Pelé, na partida entre Vasco e Santos, em 1969.
Pisar no gramado é o ponto alto da visita ao estádio, oficialmente chamado de Jornalista Mário Filho. Fãs do futebol certamente vão relembrar o Maracanaço, quando o Brasil perdeu do Uruguai na final da Copa de 1950, ou a decisão do campeonato de 2014, entre Alemanha e Argentina.
Estádio Centenário, Montevidéu, Uruguai
Foi aqui que tudo começou. O Centenário, principal estádio de futebol uruguaio, foi sede da primeira edição da Copa do Mundo, em 1930, quando o país-sede se consagrou campeão, derrotando a Argentina por 4 a 2 na final. Naquele ano, o Brasil não saiu da fase dos grupos, jogando apenas duas vezes no Centenário.
Considerado pela FIFA um Monumento Histórico do Futebol Mundial, o estádio pode voltar a testemunhar grandes emoções no ano do centenário do campeonato e do estádio, já que o Uruguai se candidatou a sediar a Copa de 2030 junto à Argentina, ao Chile e ao Paraguai.
Se os quatro países forem escolhidos pela FIFA, certamente vai aumentar bastante o número de peças expostas no Museo del Futbol, que é o primeiro do gênero no mundo, com taças, medalhas, camisetas e chuteiras. Hoje a visita ao estádio é uma verdadeira viagem no tempo, pois ele ainda conserva características da época em que foi construído. Quem frequentava estádios no século 20 mata as saudades.
Monumental de Nuñes, Buenos Aires, Argentina
Maior estádio argentino, o Monumental de Nuñes, do River Plate, tem muita história para contar desde sua inauguração, em 1938. Foi lá que a Argentina conquistou sua primeira Copa, em 1978, ganhando da Holanda. Naquele ano, o Brasil disputou no local o terceiro lugar no campeonato – e conseguiu, vencendo a Itália por 2 a 1. O estádio costuma ser palco do super clássico argentino, entre o River Plate e o Boca Juniors.
Dois destaques do seu incrível museu, que é muito tecnológico, são o cinema 360o, onde você capta a emoção da torcida; e o túnel do tempo, repleto de conquistas, goleadas, jogadores e troféus do River Plate. Você pode comprar apenas ingresso para o museu ou um combo, incluindo também um tour pelo estádio.
Estádio Nacional do Chile, Santiago, Chile
Foi no Estádio Nacional do Chile, em Santiago, que o Brasil foi bicampeão mundial, ganhando da Tchecoslováquia por 3 a 1 na final da Copa de 1962. Quatro dias antes, tinha eliminado os donos da casa no mesmo local. Inaugurado em 1938, o Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos também foi palco de importantes vitórias da sua equipe (a Universidade do Chile) e da seleção do país.
Mas nem só de alegrias viveu o estádio, utilizado pela Ditadura para prender, torturar e até executar opositores ao regime militar em 1973. Por isso, uma visita ao estádio interessa não só aos fãs de futebol, mas também aos apaixonados por história. A entrada para o tour, guiado ou feito por conta própria, é gratuita, e o visual da Cordilheira dos Andes no fundo do estádio é incrível.
Estádio Azteca, Cidade do México, México
Não é preciso ser fanático por futebol para saber que Pelé e sua trupe conquistaram o tricampeonato mundial na Copa de 1970. Basta ser brasileiro. E foi no Estádio Azteca, na Cidade do México, que o capitão Carlos Alberto Torres ergueu a desejada Taça Jules Rimet naquele torneio. Também foi lá que Maradona fez festa com a seleção argentina na final da Copa de 1986, após fazer um famoso gol com a mão.
Você recorda todas essas curiosidades durante uma visita guiada pela arena, passando por vestiários, gramado, sala de imprensa e túnel. Em breve, o maior estádio mexicano, inaugurado em 1966, terá ainda mais história para contar, pois receberá jogos da Copa de 2026, que será realizada no México, nos EUA e no Canadá.
Rose Bowl, Los Angeles, EUA
Quem viveu a conquista do tetra certamente se lembra da ansiedade da disputa de pênaltis entre Brasil e Itália em 1994. Pois toda aquela tensão aconteceu no Rose Bowl, estádio localizado em Pasadena, no subúrbio de Los Angeles. O local também já sediou uma Copa de futebol feminina, em 1999, que, por coincidência, também teve disputa de pênaltis para definir o campeão – os Estados Unidos.
O Rose Bowl já sediou cinco edições do Super Bowl, que decide o time campeão de futebol americano da NFL, principal liga do esporte nos Estados Unidos. Você pode conhecer o estádio durante visitas guiadas que passam por áreas como o gramado, a sala de imprensa e o vestiário original de 1922, quando o estádio foi inaugurado.
Stade de France, Paris, França
O Stade de France foi o palco de um momento antológico para o futebol brasileiro: a final da Copa de 1998, quando a seleção perdeu para a França, e o jogador Ronaldo, considerado na época o grande herói nacional, teve um rendimento pífio. Poucos se lembram que foi no mesmo estádio que o Brasil ganhou da Suécia na fase de grupos daquele campeonato. O estádio também fez história ao abrigar as finais da Liga dos Campeões de 2000, 2006 e 2022, o Campeonato Europeu de 2016 e a Copa do Mundo de Rugby de 2007.
Você revive todos esses momentos e descobre muitas outras curiosidades durante a visita guiada, que passa pelo vestiário, o túnel e a área VIP. O ingresso também dá direito ao museu, que tem documentos, maquetes, vídeos, camisas e até guitarras autografadas por artistas que fizeram shows por lá, como Bono e Sting. Inaugurado na Copa de 1998, o Stade de France fica em St. Denis, cidade a apenas 15 minutos de trem de Paris.
Estádio Olímpico, Munique, Alemanha
É uma delícia visitar o Estádio Olímpico, em Munique, porque ele está localizado em uma incrível área verde criada a partir da estrutura das Olimpíadas de 1972. Então você pode aproveitar o Parque Olímpico para andar de bicicleta, fazer piquenique, caminhar e visitar atrações como o aquário e a Torre Olímpica, de onde tem uma vista incrível da cidade.
O estádio é aberto aos turistas para fazerem visitas guiadas ou por conta própria. Ali o Brasil empatou com a Hungria nas Olimpíadas de 1972, quando não passou da fase de grupos, e perdeu da Polônia na disputa de terceiro lugar na Copa de 1974. Naquele ano, a própria Alemanha conquistou o campeonato no estádio, que também foi cenário da Eurocopa, de três finais da Liga dos Campeões e de vários jogos dos times Bayern de Munique e TSV 1860 Munique, que o utilizavam como sede até a construção da Allianz Arena, em 2005.
Estádio Krestovsky, São Petersburgo, Rússia
Parece até um disco voador o Estádio Krestovsky, também conhecido como Zenit Arena ou Gazprom Arena. E toda essa modernidade contrasta com a arquitetura da cidade russa de São Petersburgo, marcada por torres e palácios suntuosos dos séculos 17 e 18. Construído para a Copa de 2018 e inaugurado na Copa das Confederações de 2017, custou cerca US$ 1,5 bilhão, segundo especulações, uma das cifras mais altas da história das Copas.
A temperatura constante na casa dos 20oC e o teto retrátil confortam o público durante o gelado inverno russo. Até o gramado pode ser retirado por um motor elétrico altamente tecnológico.
Você pode descobrir todas essas curiosidades durante uma visita, cujo ponto alto é a linda vista do Mar Báltico e da cidade a partir do sétimo andar. Também é possível conhecer o túnel, os vestiários e o gramado. Muitos vão e se lembrar da passagem do Brasil por ali na fase de grupos da Copa de 2018, quando ganhou da Costa Rica por 2 a 0. Não faz tanto tempo assim.
FNB, Johannesburgo, África do Sul
O FNB, também chamado de Soccer City, é velho conhecido de telespectadores do mundo todo não só por causa da Copa de 2010, mas também por ter sido o local do primeiro discurso do presidente Nelson Mandela ao sair da prisão em 1990, após 27 anos, e de sua cerimônia fúnebre em 2013. A última aparição pública do dirigente também foi ali, justamente no encerramento da Copa do Mundo.
Construído em 1989, o estádio passou por uma reforma tão grande para o campeonato de futebol que acabou sendo parcialmente demolido. Adquiriu então um belo visual, parecido com uma cerâmica típica africana, e por isso recebeu o apelido de “A Cabaça”. Vale a pena admirar sua beleza externa.
Já o tour guiado passa pelo túnel dos jogadores, pelas áreas VIPs, pelos vestiários e pelo museu. Durante a visita, os mais fanáticos por futebol vão se lembrar de que o estádio deu sorte para o Brasil na Copa. Ali a seleção canarinha ganhou da Costa do Marfim, na fase de grupos, e do Chile, nas oitavas-de-final. Também deu sorte para a Espanha, que ali venceu a final contra a Holanda.
Estádio de Yokahoma, Japão
A seleção brasileira foi campeã duas vezes no Estádio Internacional de Yokahoma: na Copa do Mundo de 2002 e nos Jogos Olímpicos de 2020, que foram realizados em 2021 por causa da pandemia de Covid-19. E as conquistas do futebol nacional não param por aí. São Paulo, Internacional e Corinthians venceram ali o Mundial de Clubes da FIFA, respectivamente em 2005, 2006 e 2012.
Muitas dessas ótimas lembranças voltam à tona durante a visita guiada ao estádio. Você vê, por exemplo, o monumento em homenagem à Copa de 2002, que tem uma pegada do capitão brasileiro Cafu, e armários com autógrafos dos jogadores pentacampeões e réplicas de suas camisas. O Estádio Internacional de Yokahoma foi inaugurado em 1998. Ele mantém esse nome quando sedia jogos internacionais e é chamado de Nissan Estádio quando abriga disputas japonesas.
Maristela do Valle é jornalista especializada em turismo há mais de 25 anos. Trabalhou em publicações como o caderno de Turismo da Folha de S. Paulo, a revista Viagem e Turismo e o site viajeaqui.com.br. Já visitou cerca de 30 países e é autora dos livros “Lua de mel – como planejar sua viagem” e “Viaje Sozinha – Dicas e experiências para que você viaje na boa e se divirta como nunca”, ambos da Panda Books.